Só quem já sofreu uma luxação de patela sabe dizer a dor que esse tipo de lesão é capaz de causar. A redução imediata é a única forma eficaz de alívio.
O problema é que após o primeiro episódio, o paciente pode sentir uma instabilidade da patela e apreensão com medo de nova luxação cada vez que tenta praticar atividade física. E realmente, caso não se faça um tratamento adequado, a chance dessa nova luxação pode ser muito alta.
É importante uma detalhada avaliação com o cirurgião de joelho, especialmente para determinar os fatores de risco para nova luxação da patela, que envolvem alterações do formato do osso do fêmur e da patela, uma lateralização da inserção do tendão patelar na tíbia, a presença de patela alta. Quase sempre o paciente apresenta uma ruptura ou pelo menos uma insuficiência do ligamento patelofemoral medial, que está presente na parte interna do joelho e funciona como uma rédea para evitar a luxação da patela. A reconstrução desse ligamento é a cirurgia mais comum para o tratamento da instabilidade recorrente de patela (Ver sessão Cirurgia de estabilização da patela em PROCEDIMENTOS)
O tratamento da primeira luxação geralmente envolve o reforço muscular, especialmente do músculo vasto medial oblíquo, junto com o fisioterapeuta, visando a estabilização dinâmica da patela. Em pacientes jovens com a presença de muitos fatores de risco ou em casos de dois ou mais episódios de luxação, o tratamento cirúrgico é recomendado devido a grande probabilidade de instabilidade recorrente e ao risco de lesão da cartilagem a cada novo episódio.
O estudo detalhado da articulação femoropatelar é fundamental para definição da técnica cirúrgica mais adequada para cada paciente. Exames incluem radiografias com incidências especiais, chamadas de axiais, tomografia computadorizada e ressonância magnética.