A osteonecrose do joelho trata-se de uma patologia que é causa de muitas controvérsias dentro da cirurgia de joelho. A principal fonte de discussão é a respeito do início da patologia.
Sua origem é difícil de explicar e se exigirá atenção do leitor para uma compreensão completa. Há alguns anos atrás se pensava que a causa da osteonecrose era a falta de suprimento vascular, semelhante às osteonecroses de quadril. Hoje em dia, sabemos que a causa vascular corresponde a uma pequena porcentagem dos casos, os quais chamamos de osteonecrose secundária. A grande maioria dos casos tem origem no que chamamos de fratura subcondral.
A fratura subcondral ocorre devido a uma alteração na distribuição de cargas dentro do joelho que leva a um “esmagamento”do osso subcondral (osso presente imediatamente abaixo da cartilagem). Essa alteração na distribuição de cargas é vista mais frequentemente em mulheres com mais de 50 anos de idade e de forma idiopática, porém tem se identificado cada vez mais casos associados a lesões degenerativas dos meniscos, especialmente rupturas de raiz do corno posterior do menisco medial. O fato é que a fratura subcondral leva a um edema em toda a medular do osso (sinal branco na ressonância magnética), levando a um aumento da pressão nesse local. Esse aumento da pressão prejudica o suprimento vascular, o que leva a uma osteonecrose chamada de ostenecrose espontânea do joelho (em inglês SPONK – Spontaneous osteonecrosis of the knee)
As controvérsias não param por aí, o tratamento também é fruto de muita discussão, ainda não havendo um consenso quanto ao método ideal. Uma medida, entretanto, é consenso entre todos os cirurgiões de joelho. Devemos retirar a carga daquele joelho imediatamente, isso pode ser feito com o uso de muletas por período variável de 6 até 12 semanas.
Os exames de imagem são importantes para diagnóstico e, principalmente, para estabelecer o prognóstico da doença. Casos em que haja uma persistência dos sintomas apesar da retirada da carga ou existam fatores de mau prognóstico já em um primeiro momento, devem ser submetidos a tratamento cirúrgico.
As opções de cirurgia vão desde tratamentos mais simples como descompressão central e subcondroplastia (Ver sessão Tratamento da osteonecrose de joelho / fratura subcondral em PROCEDIMENTOS) até cirurgias mais agressivas como osteotomias e próteses de joelho. O principal fator determinante para a escolha da técnica é a presença de colapso subcondral ou não.
