A reconstrução do LCA já é realizada há várias décadas, mas é uma cirurgia que está em constante evolução. O foco dos estudos recentes tem sido na reconstrução o mais próximo possível da nossa anatomia normal. Sabe-se que o LCA é fundamental para a estabilidade do joelho, se fizermos uma reconstrução sem respeitar a sua anatomia correta, o joelho pode persistir com algum grau de instabilidade, o que leva ao longo do tempo a uma degeneração de diversas estruturas, inclusive meniscos e cartilagem.
Essa discussão em torno da técnica anatômica ou não, tem foco no posicionamento do enxerto no fêmur, a técnica dita anatômica posiciona o enxerto em seu local verdadeiro, mais horizontal, portanto com maior estabilidade rotacional, o que leva a uma maior proteção dos meniscos e cartilagem. A técnica mais clássica, chamada transtibial, faz a fixação femoral em posição mais alta que a anatomia normal, o enxerto fica mais verticalizado, portanto perde-se controle de estabilidade rotacional levando a uma maior probabilidade de degeneração menisco condral secundária.
Quanto ao enxerto, os mais utilizados são o tendão patelar e os tendões flexores. Cada um tem vantagens e desvantagens. Com tendões flexores, a reabilitação fica mais rápida e menor é a probabilidade de dor anterior no joelho. Com tendão patelar, temos uma cicatrização mais acelerada pois ocorre consolidação osso com osso, e uma elasticidade menor, mas a chance de dor no local da retirada é maior.
Independentemente da escolha do enxerto, a cirurgia hoje em dia é realizada de forma artroscópica, ou seja através de mínimas incisões por onde são introduzidos os instrumentos cirúrgicos e a óptica para visualização através de uma tela de videoartroscopia. Essa técnica permite reabilitação precoce, maior precisão na cirurgia e menores riscos de complicações.